Quando a maré vira festa: Afuá celebra as águas lançantes de março e abril
Por Redação | Conexão Norte
No coração do Marajó, a cidade de Afuá se transforma todo ano com um fenômeno natural que mistura beleza, cultura e identidade ribeirinha: as marés lançantes, como são chamadas as enchentes temporárias que ocorrem nas ruas de palafitas durante os períodos de lua nova e cheia, nos meses de março e abril.
A água invade as passarelas de madeira da cidade, mas por aqui não tem caos — tem celebração.


Natureza que brinca com a cidade
As águas sobem, inundam ruas inteiras por cerca de uma hora e logo recuam com o fluxo do rio. Nesse intervalo, a cidade vira cenário de festa: moradores saem de casa para curtir o fenômeno com naturalidade e alegria. Crianças e adultos andam de bicicleta nas ruas alagadas, donas de casa aproveitam para lavar os pátios e passagens, e o povo todo transforma o que seria transtorno em tradição e beleza.
Em Afuá, onde não circulam carros e tudo acontece sobre palafitas, o cotidiano é moldado pelas águas do rio. As marés lançantes são mais que um fenômeno — são parte do calendário da cidade, da cultura e da relação com a floresta e seus ciclos.
Mudanças climáticas e memória coletiva
Com o aumento do nível dos oceanos e as mudanças climáticas dos últimos tempos, moradores relatam que o fenômeno tem se tornado mais intenso. Ainda assim, continua sendo vivido como momento de encontro e encanto. Enquanto em outras regiões o avanço da maré é sinal de alerta, em Afuá é um lembrete da força da natureza — e da capacidade do povo amazônida de se adaptar e sorrir.
Imagens que falam mais que palavras
A matéria é ilustrada com imagens do fotógrafo afuanense Fabrício Motta, que captou a poesia cotidiana dessa enchente festiva. O vídeo curto do morador Juberto Ferreira mostra o balneário da Quadra completamente tomado por banhistas — uma pequena praia urbana que surge do encontro entre o rio e a cidade.
Turismo de raiz
Empresas como a Afuá Tour já estão de olho nesse fenômeno como diferencial turístico. As marés lançantes viraram atração, impulsionando o turismo de experiência com a cara da Amazônia: simples, forte e inesquecível.




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