Eduardo Brondízio, pesquisador da Amazônia, recebe Prêmio Tyler 2025, o “Nobel do Meio Ambiente”
O antropólogo Eduardo Brondízio, professor da Universidade de Indiana e associado ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade da Unicamp, será agraciado com o Prêmio Tyler 2025, considerado o “Nobel do Meio Ambiente”. A cerimônia de premiação ocorrerá em 10 de abril de 2025, em Los Angeles, e Brondízio compartilhará a honraria com a ecologista argentina Sandra Díaz, marcando a primeira vez que sul-americanos recebem tal distinção.
Com 35 anos de pesquisa na Amazônia, Brondízio destaca-se por valorizar as comunidades ribeirinhas e povos tradicionais, evidenciando seu papel crucial na conservação ambiental e em políticas de sustentabilidade. Em entrevista à Agência Brasil, ele ressaltou a importância da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro em Belém. Brondízio observou que as últimas COPs não alcançaram os avanços esperados e enfatizou que a COP30 representa uma oportunidade para estabelecer acordos mais eficazes na redução das emissões de gases de efeito estufa.

Além de seu trabalho acadêmico, Brondízio tem um histórico de engajamento ambiental no Brasil. Ele foi um dos fundadores da Fundação SOS Mata Atlântica em 1986, onde liderou o primeiro mapeamento da Mata Atlântica — o Atlas dos Remanescentes Florestais — em parceria com o INPE e o Ibama, um marco na aplicação de tecnologias de sensoriamento remoto para a conservação.
A premiação de Brondízio e Díaz reflete o reconhecimento internacional da relevância das pesquisas desenvolvidas no Sul Global, especialmente no que tange à integração entre biodiversidade e sociedades humanas. O Prêmio Tyler, estabelecido em 1973, é uma das mais prestigiosas honrarias ambientais mundiais, reconhecendo indivíduos cujas contribuições promovem avanços significativos na sustentabilidade e conservação ambiental.
Imagem: Reprodução
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