Pecuarista é obrigado a retirar 2 mil búfalos e bois de área protegida no Amapá após danos ao Rio Araguari
Por Redação | Conexão Norte
A criação irregular de gado e búfalos em uma área protegida no Amapá levou um pecuarista a firmar um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) para a retirada de cerca de dois mil animais do antigo leito do Rio Araguari. O prazo estabelecido para a remoção total do rebanho é de oito meses, e a decisão busca frear os impactos ambientais na região.

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) prevê não apenas a retirada dos animais, mas também a remoção de cercas e outras estruturas que avançaram sobre área pública. Além disso, o pecuarista terá a obrigação de permitir a regeneração natural do espaço e impedir que os animais voltem a ocupar tanto o leito assoreado do rio quanto a Reserva Biológica do Lago Piratuba, um dos ecossistemas mais importantes do Amapá.
Monitoramento e penalizações
Para garantir o cumprimento das medidas, a fiscalização será conduzida pelo MPF, ICMBio, Superintendência do Patrimônio da União no Amapá (SPU-AP) e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-AP). Caso o pecuarista descumpra o acordo, ele poderá ser multado e responder judicialmente.
Danos ambientais no Rio Araguari
O impacto ambiental causado pela criação de búfalos na região do Baixo Araguari já é uma preocupação antiga. Especialistas apontam que a presença desses animais agravou o assoreamento do rio, transformando partes do seu leito em grandes áreas secas. Um relatório do ICMBio indica que o fenômeno foi intensificado por ações humanas, como a construção de hidrelétricas e a ocupação irregular da área para criação de rebanhos.
A decisão de remover os animais é um passo essencial para tentar recuperar parte do ecossistema e evitar novos danos ambientais na região. Agora, cabe à fiscalização garantir que as medidas sejam cumpridas dentro do prazo estipulado.
Fonte: MPF, ICMBio, Sema-AP, SPU-AP.
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